A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, novembro 25, 2014

TÁBUA VOTIVA (DA EDUBA DE INANNA)




Absorve a seiva suave da luz matinal;
Deixa-a escorrer ao longo do silêncio cinzento;
Traduz-lhe os sinais recônditos e sutis.
Permite. Permite e confia.

Depois, memoriza a sílaba evanescente, solúvel
Ante a penumbra, diluída nas doces conjugações
Que misteriosa e sibilina afaga A Sol das dez horas.
A Estrela te incendiará na confiança desperta!

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ
http://www.facebook.com/evolui.verde

segunda-feira, novembro 24, 2014

NO SILÊNCIO DO MOMENTO



Meu voo ligeiro, suspenso
Se agita no céu cinzento,
Tal o amor se abana o lenço
Num adeus de sentimento.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

LIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE



E se me outoniço complacente
Como um verbo à flor da relva,
Tanto aqui, entre a fina gente,
Como na agreste solidão da selva,
É porque sou folha dum romance lido,
Páginas do sonho no significado,
Que mesmo após o dever cumprido
Ainda alimento qualquer prado.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

domingo, novembro 23, 2014

ESTIRPE GUERREIRA



Ei-las que morrem…
Mas sem renunciar à vida;
E se caem, só caem
Para alimentá-la – de seguida!

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

DO PORTALEGRENSEAMENTO LEGÍTIMO



Saber portalegrensear
É das raras habilidades
(Na galhardia do passear)
Que só se pode praticar
Sem ver credos nem idades;
Porque portalegrensear
É um vício sem danos,
Que conheço e pratico
Com dedicação e preceito
Pelo gosto e fabrico,
Que na vida tenho feito,
E ainda faço e repito
Por muitos e muitos anos.


Que quem bem portalegrencia
Melhor ainda o há de merecer,
Diz o povo que todo o dia
Portalegrencia até escurecer.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

sexta-feira, novembro 21, 2014

EU GERUNDIO PORTALEGRENSEANDO



São portalegrenses todos e todas
Os que portalegrenseiam assim
Entre ruas e gentes, cujas modas
E falares se enleiam nos altares
Da galhardia pla cidade no dia-
-A-dia portalegrenseando sem  fim.

Eu portalegrenseio com vigor,
Lagóia de alma e jeito,
E quem disso tiver pudor
É por nada ter dentro do peito.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

segunda-feira, novembro 17, 2014

ECO ARDIDO ECO



Quase todos os gestos abrem portas
Dizem o antes, o ainda, o calado
Omisso é um jeito redondo
De esconder as folhas mortas
Nos outonos de qualquer lado…

Mesmo se pontiagudos (ditos)
A bater com raiva e silêncio,
Ecoam vivos que nem gritos.

Por isso, emitem odor, todo incenso
Se queimado em advérbio de modo.

J Maria Castanho
𝖑𝖎𝖓𝖊𝖆 𝕽⦒ 𝖊𝖛𝖔𝖑𝖚𝖈𝖆𝖔 𝖛𝖊𝖗𝖉𝖊
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

domingo, novembro 16, 2014

NOVO CAOS



Se julga ser o chão dos humanos
E o céu, a bem dizer, das quimeras;
Todavia, já passaram tantos anos
Que a ordem só desordem gera… (e danos).

Deveras!

J Maria Castanho
𝖑𝖎𝖓𝖊𝖆 𝕽⦒ 𝖊𝖛𝖔𝖑𝖚𝖈𝖆𝖔 𝖛𝖊𝖗𝖉𝖊
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ

sábado, novembro 15, 2014

A FELI-CIDADE É UM NOME PEQUENO




Todo o poema tem saudade
De alguém, de significados,
Ou das palavras, cuja idade,
Nos traz, assim, ensimesmados…

Mas o meu, pra dizer a verdade,
Apenas tem saudade de ti,
De mais ninguém, desta cidade,
Onde o teu nome de mãe
É o único por que nela li
Com laivos de o amar também. 


J Maria Castanho

domingo, novembro 09, 2014

NA SOMBRA DO OLVIDO



Escassa é a sombra que percorre
O dorso da luz que nos diz… (e diz
Sem se cansar do azul, porém morre
Como caule que esqueceu sua raiz.)

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪ ♫♪ƸӜƷ
http://www.facebook.com/evolui.verde

terça-feira, novembro 04, 2014

DIREITO EM LINHAS TORTAS




Já o soneto começou mal…
E produto da pedofilia
Acertou na rima conjugal
Da meninice, com a poesia:

Beatriz, de Dante, era a tal
Que somente nove anos teria;
E Laura outra ninfeta igual
De Petrarca ao vento corria

Ainda, com a “vetusta” idade
De brincar ao esconde-esconde.
Com doze anos apenas, não mais!

Que o amar, às vezes, vem de onde
A linha da bruta crueldade
Escreve, pla mão dos jograis.


J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ

domingo, novembro 02, 2014

PLENITUDE




Todas e todos nós somos
Momentaneamente eternos;
Umas cálices, outros gomos,
Fruto dos seios maternos,
Que é o alimento dos sonhos…

Melhor dito, doutra maneira,
Aspirando é que vamos, assim
Na esteira de ser meio… e FIM.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ

SOMENTE PÉTALAS




Podemos dizer-nos entre os tempos
Entre as folhas, entre os modos
Entre os ventos,
Onde apenas todas e todos
Somos a eternidade (por momentos).

Podemos dizer-nos sem voz, sem grito
E sem esse estarmos sós
Que é exigência do espírito;
Sobretudo, sendo únicos e quaisquer
É no murmúrio de querer ser
Que nos dizemos melhor.

Mas principalmente também
Porque ao dizer-nos dizemos o amor
Entre os muitos e muitas de nós
Que são somente pétalas de querer-bem.

J Maria Castanho
ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ

sábado, novembro 01, 2014



Eu e tu é um universo sem distância,
Uma geografia perfeita à luz do modo
E do tempo em que nos damos na língua
As mãos, os olhos, o peito, o sexo, o corpo todo.

J Maria Castanho
:D ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ

LINHA DE S.O.S. EFICIENTE



Exorcizar a dor
A angústia, o medo,
É apenas um favor
Que se pede
E, tarde ou cedo,
Alguém no-lo concede…

Seria abusivo chamar-lhe Deus,
Mesmo amizade, mesmo amor,
Que juntos são outros tantos eus
Que jamais revelarão seu fervor…

Como igualmente o seria
Dar-lhe dons de compaixão;
Mas o certo, é que nesse dia
Cada um deles estaria,
Com estilete severino,
A riscar-nos o destino
Na pele das palmas da mão.

J Maria Castanho
:D ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ

TONALIDADES




Entre as espécies de verdade,
Da verdade verdadeira à sua quase,
Há [talvez] uma, cuja qualidade,
É ser das outras o cume e base:

É a verdade de quem sente…
É quem ela tem o jeito e condão
De sempre ganhar a nossa frente
Se tropeçamos e caímos na ilusão.

J Maria Castanho
:D ƸӜƷ ♫♪♫♪Ÿ♫♪♫♪♫♣ƸӜƷ