segunda-feira, agosto 09, 2010

Alinhavo Restaurador


Por cada vez que o poema se esgarça, e rompe
Deve ele ser novamente cerzido com linhas de prata
Para assim quem o leia, soletre, recite, partilhe, compre
Venda, veja do filigrana a ternura que o pesponte
Nas costuras comuns a quantos consigo trata,
As cruzes em X que os liga, une e ata.

Deve igualmente, na mecânica do restauro
Salpicar a luz da lua prateada com o solfejo da cor
Duma pepita dourada, mítica e fabulosa do Centauro
A tremeluzir num céu de pez, cuja incidência estrelada
Cavalgue galáxias como pradarias de campos em flor,
Que nesse caminho por Quíron trilhado, há a única aura
De magoar a dor, com a luz da cruz na cavalgada.

Que esse astronauta cruzador feito nome primeiro
É o mesmo que ao amor oferece o peito aberto,
Pondo o verbo semeado de alegrete em canteiro
Arroteando jardins nas dunas e areais do deserto!

3 comentários:

  1. Belo poema, vim lhe desejar uma ótima semana, beijos

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  2. Olá, muito bom!
    Os jardins nas dunas é uma imagem de arrasar!

    Bjs

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  3. É... Quando o sol nos encanta até das dunas mais áridas a vida brota e floresce: como os olhos da gente quando reflectem o sentimento dos que não esquecem. Obrigado pela partilha. Jinhos

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