A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, dezembro 04, 2007

Terra: A Nave Especial


Foi inconsistente a vossa acção de liquidar o eu.
Quando roubaram o passado, devolveram o futuro
E se me abandonaram aqui, me recupero agora,
Como se tudo fosse tão assim à tona das palavras
Noemas plásticos feitos lagos interiores, margens
Insurrectas de escorropichar o imo, espremer o suco
Vida que nos banha por dentro em voz sustenida
E me define o existir como uma metáfora líquida
Corrente e impetuosa e cristalina a deitar por fora.

Por tal gostava de discutir contigo todos os pontos
Alíneas, artigos e anexos da nossa comum acção,
Pois são eles as balizas do golo, farol de evolução
Referência qualificativa do fruto inerente nos gomos
Intrínseca a cada um da qualidade que todos somos.
Negociar o próximo passo, a estratégia conveniente
Para a revolução exigível de sermos apenas gente.

Que diz que sim, que diz que não e mesmo talvez
Quando não só precisa nem teme o pior como revés
Conduta de esquecer o caminho que lhe são os pés
Ordenados minguados que não chegam ao fim do mês,
Braços cruzados, diplomas armados, bocas de arnês.

Acabar pois com a dicotomia entre o mim e o outro
Por sabermos que também um dia seremos apenas pó
Entre o muito pó que também um dia foi apenas corpo.
Saber que não há diferença entre realidade e percepção,
Entre facto e valor, entre masculino e feminino, entre dó
E compaixão, entre riqueza e pobreza, entre realização
E fantasia, entre objectividade e subjectividade, além
Daquela que é visível entre o assim, o mas e o também.

Consentimento na adversidade, adversivo tom de anuir
Por saber que a humanidade é tão-só mais uma parcela
Dessa enorme passarela que a Terra é, também para ela
Parte dessa eternidade que a vida insiste em construir!

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