A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Sento-me à beira do teu verbo e dedilho pétalas cristalinas
E escorro entre as margens do sonho como lilases à deriva
Como luminescências do olhar que navega consentimento
Aberto ao sigilo angular no xadrez do silêncio aspergido
Onde o dito se desdobra denotando breve tranquilidade
Onde a fala se toca entrecruzada aos dedos as mãos dadas
Onde podemos ficar a ver crescer a praia que se espraia
Grão a grão, onda a onda, passo a passo, o vaivém marginal
Deste pluriaquiescido murmúrio no terno cicio dos afagos
Saber-me-ei sempre pouco face à tua urgência intenso ser
Madrigal de palavras evadidas ao seu significado sustenido
Soluto destemperado de mim nas escarpas da Ilha Tseu diz
Teu nome invoca a sombra das tardes ao sol mediterrânico
Sonâmbulo ensimesmado o enredo silente na saliva doce
Gesto de ameigar a voz no equino roer do freio soltas crinas
Sinal ao vento nas dunas relapsas das violetas as avenidas
Artérias pulsantes o ritmo sincopado do bombear sanguíneo
Cresces-me dentro cerzindo a cripta onde sacrifico as ânsias
Deduzo a sede e me ergo escorrente em teu seio o grito líquido
Liberdade soletrada a meia voz no sussurro do verbo me és cravada!

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