Convite
Surpreendo-me a ver-me nu, despido de mim
Rasgo as entranhas deste animal clandestino
E soluço. Bebo-me sem rebuço e busco-me fim
Entre adulto ser pra também poder ser menino.
Que nisto de ser sério como no parecer assim
De com tudo brincar até perder o pé ou o tino,
Há mais de homem que de descarado querubim;
Mais de querer ser, do que de rendido ao destino!
Quem ainda se lembra do que afinal é ser criança?
Quem? Pois se saiba que esse sabe o que é estar além
A discernir entre o logro, o aval, o voto e a fiança...
E mais ainda sabe, se acaso o escuro da noite vem
Que fusão é despirmo-nos de tudo, não só lembrança
E ser capaz de dizer, sem dor nem medo: VOO TAMBÉM.
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