SE ME ALIMENTO
(quarta-feira, 28 de setembro de 2016
15:23)
Quando a voz no ser indistinto
Abre sulcos quase indizivéis,
Os sonhos no vaivém do instinto
Aproveitam os seus caminhos, e eis
Que sentem o que jamais sinto
Ou se derramam por esses papéis
Pintados com tudo o que não pinto...
Folhas avulso, ou restos dos dias
Feitos e desfeitos, descartáveis
Nas linhas que desvendam poesias;
Nos poemas que ocultam sentimentos.
Então, exceto o pão, por endurecer,
Quanto como passou pela tua mão
Certo dia que não consigo esquecer,
O que lhe concede essa dimensão
Que ninguém dará aos alimentos!
Joaquim Maria Castanho
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