ELIXIR MNEMÓNICO
Eu guardei o teu sinal para mim...
Assim, ninguém sabe que é só meu.
Beijei-o com o olhar de querubim
– Deitei-o entre os sonhos de Orpheu.
Aspergi-o com lavanda e jasmim.
Elegi-o como chave de Gineceu.
Dei-lhe o trono do eterno sem fim
(Seja n'Olimpo divino ou plebeu).
Então, acaso ocorra desventura
Ou enfrente ânsia desesperada,
Sei que algo belo e vida pura
Há a que recorrer nesta caminhada;
Espada pra combater a amargura
– Elixir d'aurora na madrugada.
Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade
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