DO CINISMO PREDADOR
Por cada inocente que acredita
Há um cínico que enriquece,
Que a vida não é nenhuma fita
Em que só de dá bem quem merece.
Gente confiada, à beira da desdita,
Que anda na árdua lida e esquece
Os sempre prontos a esticar a guita
Para que assim nela caia e tropece…
Gente que estima, como é estimada;
Que preza a família e a família preza;
Mas que por bobos se vê interpelada
Por não lhe terem dito «ámen» “à reza”.
Por cada inocente submissa e calada
Há (plo menos) um alarve que a despreza.
Joaquim Castanho
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