DN azinho Estranho
1.
Já nos tempos antigos havia antiguidades
Casas cavernas repletas delas preciosas coisas
Que os homens mais prósperos protegiam cidades
Regalos jardins estátuas ídolos telas e lousas.
Já das antiguidades falam com’os antigos homens
Sendo rústicos e impuros amavam a beleza lida
No algo que a representar sabia dos símbolos as imagens
Cujo arrebatamento mais estragos e tempos roubava à vida.
Já das raridades que o tempo esquecendo consumou falam
Os sanscritos quotidianos decorativos nas lápides rupestres
Mas a vida passa a morte perdura mais quando os corpos calam
A fímbria germina nos astros interiores e rios silvestres.
Porque estas veias desaguam todas num oceano de saudade
E escrevem e desenham e esboçam e resumem milénios de ansiedade
Expectativa excitação orgasmo da semente cósmica explodida
Para inventarem só com quatro letras a maior das palavras: vida!
2.
Se julgas que não vou esperar por ti desengana-te que vou esperar
Por ti é sempre por quem espero até porque ninguém mais sabia
Que estar aqui era o quanto por ti unicamente esperar podia.
Tu havias de passar e então tudo floresceria
Enquanto fosses a passar,
E eu diria:
Que bom estares a chegar,
É que por tanto esperar
Eu esperei passares um dia.
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