Eco de silêncio seco
Ouço uma voz. Não é tua, isso dói
Rasga o peito acelera o receio o medo
Inquieta, desinquieta, desacerta e manieta
E corrói em segredo, apontado como um dedo
Ao pomar de rocha fria, que no coração se constrói
Cada qual sabe porquê eu sei de mim sei bem
Nada nas mãos, nada nas mangas, nada mesmo
Quando espero e tu não vens, sou ainda mais ninguém
Do que sempre fôra, fora o feito do peito frito em torresmo
A alma ao rubro de tanto doer, o sangue
Que mais espesso e grosso retarda o gesto langue:
Eis o silêncio. Eis o homem perdido – eis
A procura incansável de quem ferido
Se busca e se encontra sem ter crido,
O único plebeu desta república de reis!
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