Sonho Antigo, Rio Aberto
Sabes quem nos comprou o silêncio a troco de uma palavra
Muda, a dor muda a lei, muda o corpo, muda a voz mundan(d)o
É adolescente esse querer ficar calado amuado, inundado de incerteza
No amor medido pelas vestes que nestes despes és outra
E estás – sabes?!... Eu não, nem ninguém mais
Muito menos tu e eu, e eu e tu do manual da Fonseca
Do amor, que o amor, meu amor, é o nu contra o nu
– Sabes?... Ou como escorrem os dias sem solução na amenidade
Do silêncio que se diz e não diz jogado como certeza fora
Uma pequena casca frutífera num olhar de viés, inseguro
– É ele! Tem que ser ele que procuro!... -- Eu? Não pode ser
Ainda ontem falámos, ainda soubemos que não tínhamos.
Esperar é uma tarefa de deuses chineses não judaicos como
Este pão que comemos, como esta sombra em que nos medimos.
Sabes eu ando sobre brasas que eu próprio assopro, incendeio
Quando chegares, chegas sem saber quem sou nem jamais terei
Outro estar é não esperar mas eu espero, porquê?
Porque quando esqueces a importância do tratamento,
Quando te descuidas e me tratas por tu
Ou nem reparas que igualmente o faço
Então viajamos em linha recta sem morse
Sem palavra silêncio, traço ponto traço.
Tu o dirás. Tu o explicarás. Tu exigirás perdão... Eu
Também não.
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