ACTA DO AGORA EXTEMPORÂNEO
Com subscrição unânime e absoluta,
Os homens e mulheres de amanhã,
Decretam ser o hoje a ponte
diminuta
Entre tempos que nada têm entre
si,
Sob as telhas celestiais da
utopia vã,
Ou as íngremes rampas do salto em
esqui:
O incerto futuro e o ressentido
passado.
Por mim, dou-lhes anuência e
total razão
Pela singela aspereza crua do
decretado,
E mais adianto dever-se editá-lo
com ilusão,
E duas demãos firmes e espessas
sobr’o croqui,
Que é matéria que não sofre com erosão
Nem carece de qualquer outro
cuidado,
Além do tal senão
Que toda a bela traz consigo
acoplado.
Nada mais havendo a tratar no
agora
Num ato que às atas muito diz e
seduz,
Vou-me embora, sem a mínima
demora,
Ainda assim se não apague a luz.
J Maria Castanho
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