DELITÉDIO PERFEITO
Quando o tédio morrer de tédio
Então, é que vão ser elas!...
Podemos até queixar-nos de
assédio
Ou de ter comprado gato por
lebre,
Sofrer de alzheimer, obstipação,
febre,
Solidão, desamor e demais
esparrelas
Que a vida tem nas bermas e
courelas.
Podemos fazer trinta por uma
linha,
Acender quezílias, autos e
querelas,
Como defender qualquer erva
daninha
Da arbitrariedade e outras
mazelas
Que à tinha ataquem com pior
tinha.
Sim, que se o tédio morrer de
tédio
Dificilmente teremos melhor
remédio
Senão mexer na língua às
apalpadelas,
Que quando o tédio anela o dedo
médio
Bem podem as estrelas ser doces e
belas,
Orientar leituras e guiar
cinderellas,
Inspirar ninfas de rio como de
prédio,
Sentar-se a gente em bicos de
sovelas,
Pois tédio morto, nem cheiro tem
Nem servirá nunca pra entediar
ninguém.
J Maria Castanho
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