ESCARAMUÇA POÉTICA
Hoje estou disposto a naufragar
Na intrepidez do destino
arriscando
Verbo sobre verbo, em afoito
conjugar
Da própria voz desobediente ao
mando
Num desmando só por si própria
ouvida…
Tenho a sofreguidão da rima
E a bárbara educação da barbárie,
Mas ante a sílaba frouxa,
dessentida
Aperro-a no freio, salto-lhe pra
cima
Obrigando-a a atravessar a
intempérie
Como se esse fosse o único rio da
vida.
Ela mal me ouve, que eu bem o sei;
Porém, ao sentir-me a domá-la, e
vencida,
Nomeio-me a mim mesmo seu patrono
– e rei!
J Maria Castanho
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