PLANGEM DESACORDES NA NOITE
É preciso inventar o desespero
Como se ele fosse uma gargalhada de arlequim;
E assim, nesses quereres do não-quero
Começar um romance pelo fim...
Hora de abertura num ponto qualquer.
Ser industriado sem qualquer concessão.
Porque a vida escreve só o que houver
Em pautas soltas de harmonia e razão.
E feito isso, perdido, enfim, noutro tanto
Desesperado verei o desespero, se me crispo
A correr pelas margens dele mesmo, onde dispo
A capa negra num fado com acordes de pranto.
Joaquim Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário