A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

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São o chão em chamas onde as lavras

quinta-feira, dezembro 24, 2015

UMA ÓPERA MALCONTADA

 
 
 
 
UMA ÓPERA MAL CONTADA

 

"Agora estás distante certamente

Pois tua voz tem o inumerável tom

Do eco, e mal o ritmo lhe percebo.

Mas te vejo: tens violetas nas mãos

Cruzadas, tão pálidas, e tens líquenes

Junto aos olhos. Portanto, estás morta."

in SALVATORE QUASIMODO, A Balsa

 

 

Quasimodo tinha uma bela

Mas que não era tão bela assim,

Pois ao fazer o caminho dela

Apenas lhe antecipava o fim.

Queria da poesia o elogio,

Da vida o sonho e a magia,

Mas esquecia viver num rio

Onde a corrente é só água fria...

Quasimodo tinha uma bela

Tão bela que parecia Querubim

Que fugia, fugia, fugia, e fugia ela,

Porque uma mariposa assim

Só brilha apenas se mais ninguém

Lhe pinta a alma com esse desdém

Que além de brisa é assopradela.

Joaquim Castanho

(Imagem personagens Disney)

 

Salvatore QUASIMODO, poeta italiano, nascido em Siracusa, Sicília, em 20.08.1901, e falecido em Nápoles a 14.06.1968, funcionário do ministério das obras públicas, redator do semanário Il Tempo e professor de literatura no Conservatório Giuseppe Verdi, foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1959.

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