ESCADA ÍNGREME
(Sobre tela, um óleo de rapariga subindo a escadaria de entrada da Escola Secundária, a fim de ir fazer exames.)
Nos degraus das escadas os olhos postos
Sobem lestos e azulíneos através dos rostos
Cínzeos de bronze e pedra lacerados cedo.
Tão de repente demasiados dos sustos
Há órbitas sôfregas em ausentes custos
E rangem os granitos sob os pés do medo.
Fitam-se ângulos rasantes à íngreme escalada
Horizontes tangentes chocando estrelas no vértice
Só de humano nos esgares perpendiculares da escada.
Raios disparam-se em traços de ícones formas em hélice
Ferindo plásticas portas encimando telas
Feitas das lonas tostadas nos mastros das velas.
Fendem-se os gestos no cinzento dos gritos!
Gemem lágrimas dos ângulos aflitos!
Gladiam-se os exteriores em espólia conquista.
Esvoaçam tecidos frémitos adolescentes; crista
De onda em plúmbeo orgasmo de atritos!...
Joaquim Castanho
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