SOB O FOCO NOS DESFOCAMOS
A luz, meu amor, é apenas uma ilusão
Que à eternidade do breu roubou sono
E defraudou o sonho pele inquietação
Da vigília cega, surda ou sem dono;
Que simplifica e nos dá outro modo
De ver a parte como se fosse um todo.
É a subsunção pura que, assim, reclama
Por hipérboles teus traços particulares,
Quando o meu olhar ao teu corpo ama
E mostra ante a multidão dos olhares...
Porque é, portanto, que só por ele sigo
Se até de mim mesmo esconder me quero
Nessa verdade iluminada que comigo
Te espera com a ânsia com que te espero.
Joaquim Castanho
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