O OUTRO LADO DOS
POEMAS
Sabido é que as costas dos poemas
Serem movimentados bastidores…
Em alguns, aí se arranham temas,
Teorias agem como gladiadores.
As meninas viram raparigas
E dão gargalhadas dos senhores
Sisudos, que lhe ouvem as cantigas
E as elogiam, que nem doutores…
Os homens sérios e circunspectos
Arrotam, desfraldam sujos lemas,
Vociferam loucos e insurretos,
Ou adormecem babando semas(*).
E também há quem dedos tamborile
Nas costas amantíssimas de seu par,
Preferindo que a métrica brilhe
Quando o orgasmo está a chegar!
(*SEMA – “Átomo” semântico, a menor quantidade de conteúdo
significativo, ou traço subjacente de significação na face significada duma
língua.)
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