REPOSITÓRIO PARA UMA
MISSIVA
Eu gostava era de
dizer-te «espera»
Como quem embarca de
madrugada
Sem ninguém no cais à
despedida;
Pôr as luvas à volta
da garganta,
Calçados pés com
botas de pele de quimera,
O relógio atrasado
pra retardar infortúnios,
A mochila carregada
de livros e jornais
E um envelope lacrado
com as disposições finais,
A depositar na
posta-restante da alfândega.
Além disso, haveria
também espesso nevoeiro,
O que faria o eco
remada a remada peganhento
E um mar imenso à
minha frente, abismo aberto
Donde escutaria teu
distinto silêncio na resposta.
J Maria Castanho
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