ALHEAMENTO SEM FUGA
Essa esguia e pulcra sombra que desvia
Aos momentos fulcrais a sua essência,
Ante a imperativa luz que nos traz o dia
Do além e apagado breu da noite acesa,
É nossa defesa, ou só meiga demência?
Porque, se quando a todos os gestos
presa
Fica ilesa a ânsia num grito tão fugaz,
Agudo, deflagram avalanches d’incerteza,
Põe-se num desterro a voz menos audaz,
Apertam-se gargantas como dum nó azedo,
Alicerçam-se degraus na pirâmide do
medo,
Reescrevem-se a sangue e lídima urgência
Como se fora Odisseia toda a
dependência…
Então, não restam dúvidas, sequer
agouros
Que o sonho invade o tempo não dormido,
Pondo coroas de glória em verdes louros
Se o nosso de alheios em abstrato é
surgido.
J Maria Castanho
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