A CENSURA DO VERBO
E nada nos desinquieta agora…
O dia se cumpriu, o sol adornou
E os sessenta minutos da hora
Continuam sessenta. E só soou
No tique-taque do corpo são
A letargia dissecada da voz,
A languidez dos ecos no desvão,
Amarrotados lençóis entre nós.
Porém, se um verbo receoso
Para o tique-taque e demora
O ponteiro na passagem, cioso
Contador, digo à rima: «põe-no fora!»
J
Maria Castanho
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