A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

segunda-feira, junho 23, 2014

DESPERTAR SILENTE



Sopro o mansinho da névoa,
Apago as defesas sólidas à liquidez do verbo,
Desço degrau a degrau a muralha de nuvens
Que a sinuosidade das horas me construiu em volta,
Qual cintura de silêncio onde a manhã me habita.

Tenho sempre extensões prontas pràs metonímias da luz
Das quais me socorro como de óculos escuros, fumados
Os teledentritos da expetativa são caminhos entre complementos
Numa oração intrinsecamente devota às vestais
Nunca à deusa mas a quem a serve singela e livre
Desvendando a nudez inominável dos nomes
Desfechando o arco do corpo no orgasmo do grito.

Tenho sede de tua fome quando só o abraço a sacia
Porém procuro-te ainda no veludo melaço dos figos maduros
Seda suculenta sob a língua bárbara ante o império da pele
Que poro a poro é descoberta a luziluzir no algodão matinal
Encastelado de espera sobre espera em direção à elevada profundidade
– O ser nuclear jogando fora as cascas oxidadas do ontem.

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