OS DESVIOS PLANEJADOS
Inoportunas como os anúncios do que não queremos
As escritas que advogam causas alheias e pueris,
Se são bandeiras, estão rotas, farrapos, teses senis
Esclerosadas, outros hematomas do que não vemos
Nosso, e muito menos dito, tido ou achado por nós,
São o invalidar das lutas e causas de nossos avós.
Terão eles pelejado em vão? Essas causas que suas
Foram nas trincheiras pelo futuro, que valeram
E se valeram pereceram nas peugadas do vazio…?
Sombras que nos esperam nunca nos ultrapassaram
Antes estavam escondidas nas esquinas das ruas
Procurando tresmalhados e incautos nos gentio,
Propondo corrupções, vendendo templos, valores
Humanos em troca de futilidades mesquinhas.
Raridades ao preço das vulgaridades e clichés
Para desacreditar as pessoas sãs de princípios.
Desprezo pelas coisas e aqueles seus amadores
Que nelas se transformaram e cerziram linhas
De virtude nascidas do amor a comos e porquês;
Que quiseram saber sempre mais do que sabiam
Já, se alguma coisa lhes era dado ser como saber.
Que sem se atropelarem quiseram ir na cabeça
Do pelotão e das elites ou dos primeiros a cair
Quando o inimigo atacou, só pròs seus defender.
Ninguém se salva nem a ninguém pela literatura
Nem pela arte, e muito menos pla sublime poesia
Que de todas mãe, magia das magias, regra, matriz
Há de ser igualmente a última rebelde, resistente
Ímpar, senhora e vassalo dos leitores e suseranos
Embora a vida de cada qual nunca lhe interessara,
Jamais fizera questão de saber como e que fora ela
Não aspira a ser, ela simplesmente é, o seu recurso
Próprio é sentir de alma, não o sentir da sensação.
Não a esperança hipotecada da melhoria de nada…
É por isso que o seu mister, racional, belo ou não
Embora perfeito é desvio planeado pela ocasião.
Joaquim Castanho
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