A ESSÊNCIA NATURAL DO POEMA
Às vezes o poema está tão fundo
Que creio impossível vir à tona,
A não ser que as vozes do mundo
Limpem área de sentido – zona
Semântica em que os conteúdos
Porfiam pela clareza singela
De, sem ser pequenos nem graúdos,
Se mostrarem flores à janela:
Vitrina onde a transparência
É a virtude inigualável,
Que faz das palavras essência
Do universo comunicável.
Mas logo que se eleva a pulso
Subindo a trança da beleza,
Traz sublimes verbos por avulso
Que são gritos d'alma... – e natureza!
Joaquim Castanho
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