SOB O PESO DAS NUVENS
Rasga-me o choro pla voz ausente,
Pranto dolente de quanto morro;
Então imploro, e devoto crente
Sou a prece que em lágrimas corro
Nas faces da alma inconformada.
O amor que nos diz bateu a porta
Assim que nos apanhou distraídos;
E em vez da voz o silêncio corta
Pedaços de nós, já por si partidos.
Aonde a vida traz o cunho da gente
Nada importa mas só tudo é nada,
Sonhos derretidos, lava fulgente
Nuvem perpétua de cinza magoada.
Joaquim Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário