AGUACEIRO
DE JUNHO
A
criança clandestina que abrigas em ti
Esse
tripulante sem contrato que te conduz
Anda
a monte da infância que não viveste
Como
cego sem sepultura numa oração de luz.
Portanto,
deixa escorrer os cabelos molhados
E
sobre o dorso direito descansa o pensamento
O
lânguido torpor de aspergir todos cuidados
Deixa-os
vogar nas ondas, desfraldar os ventos
Ao
vento dos sonhos no vento de seus momentos.
É
o teu dia de areia, clepsidra na praia do tempo…
Embora
a duna do ser adormeça ainda como raiz
Que
anseia germinar sob o que dela mesma de si diz!
Joaquim
Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário