CONTINUO A FAZER-TE POEMAS E NINGUÉM SABE
Olho prà página em branco
E descortino nela o poema
O rosto, olhos, voz, cabelo, noema
Teus sem dúvida; estanco
Paro, que já era escrito
Aí, só que sem aparo ou pena.
O atrito, a nervura, o sulco
A imagem, o esquisso, o dito
E o não-dito são a margem e o fulcro
De um verbo que se estende contrito.
Os poemas brotam das magias
Com que Musas entretecem os dias;
Seus motivos motivados são
Sulcando o tempo, o modo, o chão
A terra brava da incerteza
As areias fugidias da lucidez,
Com que o sonho semeia a natureza
Humana pràs cidades de Inês.
Então,
Os poemas florescem das magias
Com que as deusas entrançam os dias
Com motivos que determinados são,
Arroteando «sins» que soam a «não».
E os pulsos abertos solares
Deixam fluir pretéritos futuros
Onde homens e mulheres dançam a pares
Entre áleas de flores em seus jardins
(Orquídeas, dálias, tulipas, rosas, jasmins)
Sem mondas, abates, podas nem muros.
Joaquim Castanho
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