A MATURIDADE PURA DA LEI
E quanta magia pode ter
Um espelho simples e vulgar?
O mundo para, alma, ser
Ficam suspensos do olhar,
Pra de seguida o encanto
Renascer, e afastar pranto
Irrealidade, receio
Dobrando o universo ao meio...
Desta, pra outra metade,
Analogia sem fronteira,
Luz reflete imensidade
Emanando, e certeira
Explica sentido da cor,
Termo cuja explicação
Ainda antes de haver amor
Já era sinónimo de coração.
A coincidência incide
Pelo confluir do sentido,
Pois só ele é que decide
Como ver luz no ouvido:
E aí se algo me diz, digo;
Se é tudo, não negarei;
Que viver é ser contigo
Contínuo de ambos lados
– De cá, e ali espelhados,
Tendo a pérola como sua lei.
Joaquim Castanho
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