DUPLO
TRIANGULAR, A ESTRELA
Ontem, a esta hora, dei trinta
maidins prò teu colar
Na loja do artesão Maïa ao lado
do templo,
Arina irradia agora luz no teu
pescoço de gazela
Descem raios como plumas até ao
vale dos seios
Brilha-te o sorriso quando altiva
fitas o ocaso
Despes o violeta ao lusco-fusco e
ensinas o ventre
Às gotículas de água cristalina
que te perlam a derme,
Mulher lei de ler cada verso de
teus cabelos nos ombros
Descidos, o desalinhado solto de
rimar-te o dorso
Quando fletes o arco do tronco no
disparo imediato
O queixo entre espasmos de gritar
a nobreza sôfrega
Soberana dum vulcão que nos
explode dentro a pulsar
Convulsão de entrega no rigor do
gesto anunciador
Grito gritado de implorar o sonho
febril e sequioso...
Os seis ângulos em nós reunidos
plo toque da alvorada
Nascente planície da carícia
líquida de mel de tua púbis
Flor de esteva pintalgada de
rubras lágrimas ou de rubis
Emaranhada mata de mistério e
frescura ensolarada!
Joaquim Castanho
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