TEMPERILHO
INTEMPORAL
Podendo
dizer por que calas os lábios
Colados
contra o tempo num só golpe
A
destreza na planura intensa, língua vil
Abre
o ovo do silêncio, vá!, vá!, parte-o
Assim
pla frágil gema do dizer, inconformada:
Sê
exemplar. Escuta a luz silvestre
A
dançar nos subúrbios do silêncio.
Desvenda
o ventre ao umbigo da tarde.
Reconhece,
que é bom ter amizades, desenhar
Intempéries
num sentimento possível
Mudar
o mundo e as consciências com elas
Destroçar
a nudez crua e anónima dos nomes.
Que
é benéfico aventurar nossos destinos
No
espelho partido em que nos consomes...
–
Diz-lhe que somos o grito que ora arde,
Que
não sabemos o que é a morte nem o receio;
Que
somos a liberdade, o princípio, o fim e o meio;
Mas
sobretudo que somos donde vimos...
e nunca
desistimos!
Joaquim
Castanho
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