TATO
PREVARICADOR
No verão é fácil deixar escorrer o
verde
Expandir-se em amarelos-torrados
Pelas bruscas inversões na paleta da
espera
Pão de trigo das mulheres de pastel
perdidas
No restolho alinhadas em possessões
trágicas
Sonhando nevoeiros pròs jardins
interrogadores.
Há quem seja a nave entre o verde e o
azul
Cujo olhar apreensivo são estações
confundidas.
Eu, que sou apenas o comprador dum bem
ou serviço
E ouso o pousar da folha sobre o
espaço comum
A corroer o ritmo aos minutos na brisa
soalheira,
A apontar o dedo ao esquecimento nesta
vida,
Colorindo as desmaiadas vozes da
clepsidra
Num toque que quase decepa realidades
(Mesas de taberna com cadeiras de lona
À realizador sentadas sobre a
arquitetura da coreografia)
Permito-me assistir ao filme numa
história de amor
Na qual sou o único protagonista sem
contracenar com ninguém,
Registando o vaivém dos e das
figurantes com e sem contrato
Para lhes inscrever o nome no guião
que não escrevi também,
Ainda assim me não seja inculcado
crime de apoucado tato.
Joaquim Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário