TODAS
A VOZES SILÊNCIO SÃO SÓ UMA NÃO
Ouço
uma voz. Não é tua isso magoa oprime dói
Rasga
o peito acelera o receio a ânsia o medo
Inquieta
desinquieta desacerta espoleta e manieta
E
corrói em segredo apontando degredo dedo a dedo
Qual
penedo de rocha fria que no coração se constrói...
Cada
qual sabe porquê eu sei de mim a esmo e sem
Nada
nas mãos nada nas mangas nada mesmo-mesmo
Nada
quando espero e tu não vens sou ainda mais ninguém
Do
que sempre “fôra” fora o feito do peito frito em torresmo
O
coração ao rubro de tanto doer a alma o ser o sangue
Que
mais espesso e grosso exangue retarda o gesto langue:
Eis
o silêncio. Eis o homem perdido esquecido sofrido – eis
A
procura incansável de quem laçado atingido tocado ferido
Se
busca e se encontra sem ter cuidado urdido narrado crido
Ser
esse avassalado e o único plebeu desta república de reis.
Joaquim
Castanho
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