EXPIAÇÃO
E HORA DE MOSCA
Pela penumbra das pálpebras
Descaídas em desvãos de sono,
A bela cigana dos zunzuns sem dono
Dilui-se nas sombras por puras
álgebras,
Contas imediatas, cálculos abreviados
Num Excel de intenções por esclarecer
Perdidas em condomínios fechados,
Portas de mistério, recantos do
dizer.
A pronúncia descai-lhe da língua fugaz
Num eco de cante morno de brisa do sul
Como quem se balança pelo compasso da
paz,
De braço dado na planície sob o céu
limpo e azul
Dos dias impiedosamente planos e
quentes e vis
Que nos fazem sentir saudades das
tardes primaveris.
E que, porém, atentas como as demais
escutam ociosas
Postas nos recatados lugares dos
silenciosos vagares,
Requerendo uma sesta simples na
futilidade dos ares
Mornos que se esmeram em versos de
zunidas prosas.
Joaquim Castanho
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