A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sexta-feira, julho 10, 2015

EXPIAÇÃO E HORA DE MOSCA




EXPIAÇÃO E HORA DE MOSCA

Pela penumbra das pálpebras
Descaídas em desvãos de sono,
A bela cigana dos zunzuns sem dono
Dilui-se nas sombras por puras álgebras,
Contas imediatas, cálculos abreviados
Num Excel de intenções por esclarecer
Perdidas em condomínios fechados,
Portas de mistério, recantos do dizer.  

A pronúncia descai-lhe da língua fugaz
Num eco de cante morno de brisa do sul
Como quem se balança pelo compasso da paz,
De braço dado na planície sob o céu limpo e azul
Dos dias impiedosamente planos e quentes e vis
Que nos fazem sentir saudades das tardes primaveris.  

E que, porém, atentas como as demais escutam ociosas
Postas nos recatados lugares dos silenciosos vagares,
Requerendo uma sesta simples na futilidade dos ares
Mornos que se esmeram em versos de zunidas prosas.

Joaquim Castanho
  

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