CARTA MATINAL
Te desejo como o vento alvoraçado
Na manhã agreste, ímpia e cinzenta,
Penetrando cada poro descuidado
Com esta língua sôfrega e sedenta:
Algumas vezes, apenas os fustigo;
E noutras, degusto-lhes a textura.
Mas é sempre e unicamente contigo
Que m'envolvo e rodopio de loucura.
Então, cruzo os verbos e conjugações
Pelas rotas do abraço bem apertado,
E sinto-te a pulsar nas imensidões
Dum orgasmo às rajadas libertado!
Joaquim Castanho
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