NAVEGAÇÃO NAS ALGAS DA LÍNGUA
(para cá das Portas do Hades)
Pois arranco-te ao infinito
Como beijo que franqueia a morte,
E os lábios colados criam o grito
Dos corpos inventores da sorte.
Mas nesse instante fugaz,
Desse mar que ao oceano se faz,
Jungidos definitivamente
A roupa cai-nos aos pés
Em labaredas de sangue quente,
Pelo fulgir do luar que és.
Mar meu a mergulhar no teu oceano
Que no vaivém da pura luz e das marés,
Te envolve e penetra a todo o pano
Navegando-te por algas de lés a lés.
Joaquim Castanho
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