AS ROSAS DA LIBERDADE
“Y a des cailloux sur toutes les routes,
Sur toutes les routes y a du chagrin.”
(Canção francesa)
É o silêncio dos muros…
Pessoas à volta de si
Constroem-nos retos, duros
Intransigentes. Então aí
Nascem gumes de espada
(Minaretes couraçados)
Com que se ofendem, por nada
Na calada, recrutados.
É o silêncio da morte
Corroendo a esperança;
É o ceifar da vida num corte
Sem desvendar o desnorte
Por um sul que não dança.
É homem que se faz arma
Contra si mesmo virada,
Nesse fado que é ter o karma
Numa pedra de estrada.
Mas os leais raios de sol
Que penetram até poeiras,
Expugnam-nos, e vão em prol,
Derrubando as fronteiras
Que a tristeza erigiu.
E o tricolorido valor
Que a Bastilha cumpriu
(Em sua própria bandeira),
Se alteia ora a seteira
Com as rosáceas do amor!
Joaquim Castanho
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