BEM DESTINA A DESTINADA
Nasce noutro corpo este pulsar,
Com este ritmo, este balanço;
Tem avelãs maduras no olhar
E o verbo a remar pelo avanço
Dos dias onde o sonho te quer ver…
Mas se digo à alma para parar
Ou ao coração que pare de bater,
Continua mesmo assim a pulsar,
A rumar, e nada o pode conter.
Porque já me não pertence quem sou,
Por um dia te ter ouvido e visto,
Que a vida é uma flecha em voo
Que giza na lousa, risca o xisto;
Ou é sombra que à luz dá rota
Quando o olhar a outro olhar nota!
Joaquim Castanho
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