A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

segunda-feira, agosto 01, 2016

COM SOFREGUIDÃO TE RESPIRO




COM SOFREGUIDÃO TE RESPIRO

O poema sublime e eterno
Nasce como uma pérola nácar 
Entre dois corações que se querem bem, 
Depurando as paixões e o carinho
De seu mútuo fluxo e naufragar
Em naufragar nas fragas do caminho, 
Que nunca é percorrido por mais ninguém.
É uma Torre Eiffel íntima e interior
Tão alta que rompeu Zénite e Nadir, 
E para lá deles frutificou como flor
Onde jamais algo se supôs florir. 
É uma descida abrupta pla vertigem
Do ápice de um grito tão profundo
Que, no ir e voltar, o vaivém da viagem
Atravessa, destroi e restaura todo o mundo.

O poema sublime e de eterno voar
É o rasto de fogo lunar, manso e terno
Que meu olhar no teu cabelo deixou
Quando nele naufragou… e naufragou…
E naufragou… E naufragou… — até respirar! 

Joaquim Maria Castanho

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