MURMÚRIO
DE SANGUE…
Soletro-te
o nome devagarinho
Como quem
o diz em filigrana,
E cada
letra é mais um hino
Desse
puro amor, que não engana…
É gesto
simples, afeto rendido,
Olhar
grande (d’eliminar voz insana),
Onde o
querer no coração proferido
Apenas
diz: «PA-RA-BÉNS… MARIANA!»
Joaquim
Castanho
NA LEITURA
DAS FOLHAS
A minha voz atravessa-me do
princípio ao fim
Todo, antes de sair derradeira
pela boca vulcânica
É lava do fundo, incandescente
génese genital
Capaz de converter o múrmur do
figo maduro
Silente síntese imediata entre o
mel e o leite
Nos teus lábios de gritar sem o
estridor da fé
Mas determinada na simbiose da
sicomancia.
Grotescos, deveras grotescos,
apenas o beijos por dar
Os que não soubemos aconchegar na
seda dos lábios.
J Maria Castanho
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