DIAS PESAROSOS
É um enorme sacrifício;
A gente tenta, já se vê, mas vãs
As palavras vão no precipício
Caindo sonsas e desbotadas,
Dizendo o que, desde início,
Pra tal não foram convocadas.
São dias amargos, bem doídos,
De descer às soturnas cavernas
Da ansiedade; e nelas caídos
Sentirmos presas as pernas,
Que se negam ao movimento,
Ao gesto, aos simples sentidos
De reconhecer o sentimento.
E se lhe sobrevivemos é só
Porque a esperança não seca,
Pois ond'alma dói, até o dó
De pecar nos pesa... E peca!
Joaquim Castanho
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