SELO
ETERNO
Em
Uruk, meu amor, no templo de Inanna
Em
cuja eduba fomos par, e nas tabuinhas
Deixámos
bem vincado o desejo em chama
De
nunca executarmos escrita entrelinhas,
De
dizer pra dizer, como de calar pra calar,
De
nunca fazer uma coisa para outra referir…
Sim,
em Uruk meu amor, aprendemos a sentir
Pra
dizer, e a dizer tudo o que devíamos falar,
Nunca
nos mentirmos. E assim fizemos os votos
Sob
o olhar protetor da Grande Mãe, e de Arina
Sua
tutora celestial, Senhora dos vivos e mortos,
E
da Terra inteira, que no céu infindo peregrina.
Em
Uruk meu amor, sim, gravámos o primeiro selo…
A
nossa marca, a cor de teu olhar, e de teu cabelo.
Joaquim
Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário