O PAR
IMPERFEITO
Não
estamos aqui para competir,
Nem
tu, nem eu, temos nada com isso.
Crias
o que podes, dizes o que queres
Calas
o que te apetecer; nada te impede...
Ser
é tão-só caminho tracejado de sendo...
E
eu criarei igualmente o que puder.
Faço
o que quero só por o fazer.
Digo
o que quero apenas para o dizer.
Escuto-te
se vir que é caso disso
E
sei que havemos de lá chegar um dia.
Não
sei onde, mas temos o porquê tatuado
Em
qualquer parte da alma, na artéria da poesia
Que
dá prà Praça da Liberdade e centro ajardinado.
Qualquer
meta é realizável se o sangue pulsar,
Por
isso, se fores para o mesmo lado que eu,
Ou
se eu for para o mesmo lado que tu,
Podemos
caminhar a par e conversar um pouco
Acerca
dos ontens e dos amanhãs, das quimeras
A
sobrevoar outonos, outeiros e primaveras.
Veremos
o mar se for preciso... o que será baril,
Esteja
ele calmo e morno ou tempestuoso e louco;
E
poderemos até sentar-nos na estação ferroviária
Com
uma máquina fotográfica, pão com chouriço
E
um garrafão. Ou então, nada disso... Apenas
Alguns
poemas, que fiz pelos beijos que te não dei
Quando
me apeteceu fazê-lo mas estavas longe
A
espremer os cravos de abril até darem sumo de laranja.
Joaquim
Castanho
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