AO ABALO DA BALADA
No escuro da noite escura
Onde sequer entra o luar,
Há esse erro que perdura
De não deixar a Lira cantar,
Omitindo-lhe a doce voz,
Mas quem mais perde somos nós.
Perdemos glamour e sedução,
E do essencial, o preciso.
Perdemos ainda a tradição
Que trina a magia no sorriso...
Que prà'lém da perda do saber
É a pior perda de se ter.
E perdemos também a chegada
Trocando-a só pla despedida,
Esquecendo por isso o nada
De ser essa a melhor medida;
Outro nada qu´é tanto e pouco,
Mas separa ser são de louco.
Porqu´esta contenda do cantar,
Grande nada para quem canta,
Deu o seu lugar à bravura
Duma sebenta que é santa,
Onde só o enganar perdura.
Só onde engana a chegada
Pra não ser melhor que a partida,
Pois essa coisa acabada
Nada será se comparada
Ao vivo começar de vida.
Joaquim Castanho
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