A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

segunda-feira, novembro 15, 2010

Febril Brecha na Alma


Escuta esta ausência que fere
Meu grito escrito no cuneiforme desolado
Magoado lamento de quem te prefere
Mais que ao ter, ser que quer
Ser se este for estar – do teu lado.

Esta febre que rasga e inquieta
Subtrai, aprisiona, pisa, dói, manieta
Incendeia e crepita noutra pepita da Lua-Meia,
Que muito além do que é comum e vulgar
Anda hoje a crescer de nuvem em nuvem
Assim, como quem no luar toda se enleia
Na teia solta e rebelde do teu cabelo cor de aveia
Madura, espiga na brisa de margem a margem
Ondulante até na areia dos dias apenas restar
Essa espuma de estrelas a sorrir e a brilhar
Ante o suspiro esvaído da fria aragem
Da distância, abismo brunido da minha ânsia...

Porque a dor polida pela saudade sentida
Tanto pode no doer como qualquer adaga afiada,
Que a vida no gume de uma corda estendida
Esticada, sobre o abismo do ser é a única medida
De aferir a brecha na alma partida – ao ser quebrada!