NOTURNO
VOO VERTICAL
Quão
espessa a tessitura da noite
Se
mais que o silêncio a entreteça,
Ainda
embora o peito sôfrego acoite
Esse
abraço que só a distância terça…
Mas a
voz desce ao fado, tange-o
Melancólico
ao dedilhar das ondas;
E o
barco do destino, por contágio
Balança
o ser em repetidas rondas.
Circulares
e centrífugas todas elas
Numa
espiral em contraluz cerzida,
Se a
ternura solta ao vento as velas
Para
receber e doar a própria vida!