A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

domingo, setembro 28, 2014



CANHOTO DE INGRESSO

Que há de tão breve na vida
Que faz dela uma passagem?
A certeza leve e assumida
De que após tê-la cumprida
Nos falta bilhete prà viagem…


J Maria Castanho

sábado, setembro 27, 2014



R)

Pedi-te, a favor de mim,
Algo que nem sequer sei;
Agora, és o meio e o fim,
Tanto alínea como Lei.


J Maria Castanho


Desacontecido dia se estreita
No cotão das horas impressistas,
Como quem se enleia na desfeita
Meada de lhe entretecer as vistas…


J Maria Castanho


Desacontecido dia se estreita
No cotão das horas quase mistas,
Como quem se enleia na desfeita
Meada de lhe entretecer as vistas…


J Maria Castanho


Desacontecido dia se estreita
No cotão das horas imprecistas,
Como quem se enleia na desfeita
Meada de lhe entretecer as vistas…


J Maria Castanho

sexta-feira, setembro 26, 2014

ESMERILADOR ANÍMICO



Nega quanto houver
E que já esteja dito,
Que se o amanhã vier
Lhe ditará veredicto
E fim, laço de remate,
Pois dito não ouvido
É só mórbido aparte
D’ecoar sonho perdido…

Então, ergue-te alerta
E sem dúvida alguma,
De quem assim desperta
Soprando névoa e espuma!


J Maria Castanho

quinta-feira, setembro 25, 2014



Teu olhar não me distrai
Desses lábios que me são,
Que onde a palavra vai
Logo o sentir junta razão.


J Maria Castanho
SEIVA



Do regato aceso num jorro
Decidido o gesto não para,
Que nascido ao cimo do morro
Toda a planície alagara.

Suas águas cassa fulgente
Espelho das almas que correm,
Trazem flocos na corrente
Brilhando mais do que podem.

A vid’os dará consumados
Pra explodirem depois nela,
Tal os humanos apaixonados
Que sendo pano, sopram a vela.


J Maria Castanho

sexta-feira, setembro 19, 2014


EU, LIVRO, ME CONFESSO

 
 
 

Nada me digo

Se tenho teus olhos em mim,

Que respirar é um respigo

De tua respiração, assim

Meiga e atenta, onde persigo

A doce ternura sem fim

 

Tripla viagem

Essa, a do tempo, a da corrida

Na moldura da paisagem

Que repete comigo

A carícia, a palavra, a voragem

Consumada do sonho, na vida

 

Aberta página, como vagem

De outra semente, outro trigo

Se me sigo, visão e postagem,

Testemunha aparecida

Na imagem de chegada e partida.

 

J Maria Castanho

quinta-feira, setembro 18, 2014


SILÊNCIO SÍDEREO

 



Reservo as noites estivais,

Cruéis salas caprichosas,

Para os encontros frugais

Entre as pétalas das rosas…

 

E esse breu polvilhado,

Cintilando aqui ou ali,

Ilude o coração calado

Com as palavras que não ouvi.

 

J Maria Castanho

quarta-feira, setembro 17, 2014


O ESTURJÃO DO POEMA

 
 
 

 
 
 
Restrito mas denso,

O sigilo integra

O input propenso

À inovada regra.

 

Giza odes e croquis,

Hinos de abreviar

As horas vãs, servis

Imagens (e caviar).

 

Tal manjar divino

E profanas riquezas,

Refletem o destino

Das ovas... Ilesas!

 

J Maria Castanho

domingo, setembro 14, 2014

SINA



    
Jogou comigo o destino
Só uma partida fatal;
Mas a vida, desde menino,
Nunca mais a tive normal…


J Maria Castanho 

sexta-feira, setembro 12, 2014

DEXFILE MATINAL



Nestas linhas me costuro
Qual ponto sem incógnita,
Plo azul celeste do futuro
Cruzada nuvem insólita,
De monóxido de carbono
Tod’ela de cinza vestida,
Quase lume e abandono,
Como se a própria vida
Fosse a véspera do sono…


J Maria Castanho
ILUMINADA CRENÇA



Esta luz que nos medita
E guarda o sonhar feliz,
Só aquece quem acredita
Ser d’amor o cálice, e raiz.


J Maria Castanho

terça-feira, setembro 09, 2014

LIGHTMOTIVE



As palavras estão ao corrente
De tudo, informadas dialogam
Entre si cultivam a semente,
Constroem pontes, leis, oscilam
E cintilam entre os universos…
Interações, sinapses, comunidades,
Enchem as ruas de caras e reversos;
Coroam reis, campeões, sumidades.

As palavras são tu e eu, somos nós
Alinhados de gente entre a gente,
Cujos passos ecoam com essa voz
De empurrar os dias prà frente.


J Maria Castanho
TREMIDO LUAR



Me chora a lua das manhãs
No crepitar azul d’aurora,
Que a luz ecoa as formas vãs
Ond’ela a si mesma se devora…


J Maria Castanho

segunda-feira, setembro 08, 2014

INVOCAÇÃO, OU O MILAGRE DA UBIQUIDADE



Ocorre-me a distância entre os verbos
Com os sujeitos propósitos de eu e tu,
Que o passado é uma sala de acervos…
E o futuro? A planície ante o azul nu.

Por isso me mastigo, conjugando-os, assim:
Tu, edificando, tecendo essa teia de nós
Onde ele e ela jamais se sentirão sós
Forjando o perto, tal como tu és em mim.


J Maria Castanho