A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

terça-feira, setembro 20, 2022

Claire Laffut - Vérité

LES UNS ET LES AUTRES - Bolero (piano)

(SÓ) somos quem somos

 

SÓ SOMOS QUEM SOMOS


Deslumbra a fidelidade intrínseca…

Não há metáforas para o teu olhar.

E quando a sombra se torna promíscua

Nenhuma lágrima o poderá lavar.


Hidrato basilar será a sua máscara

O pigmento da memória por colorido;

Mas no fim de tudo o corpo é chácara

Onde o fado destila poema (sofrido).


Que o ser se à alma se entrega de boa-fé

Nem resiste, enfim, à sua unificação,

É porque quer ser somente aquilo que é.


Abdica da mentira e representação,

Do logro, da iluminura e do rodapé,

Pra casar co’a verdade da sua condição.


Joaquim Maria Castanho

Portalegre, 20 de setembro de 2022

domingo, setembro 18, 2022

CLIO - T'as vu [CLIP OFFICIEL]

Elena Roger - Un Instante Irreversible (Videoclip Oficial)

NOTAR A AUSÊNCIA É DESEJAR VER

 


NOTAR A AUSÊNCIA É DESEJAR (VER)



Somente saudade resta depois de ti

Ao partir semeaste vazio no meu olhar,

E não fora o instante rasgar que senti

Só a memória habitaria este lugar.


O TEU SORRISO inventou-me por dentro

Como qualquer madrugada por fazer,

E agora se plas manhãs adentro entro

É tão-só na esperança d’O voltar a ver.


O TEU SORRISO é luar prestes a crescer

Entre aspas, até eclodir bem no centro

Onde a palavra entretece o puro tecer,

O que nem mil vocábulos têm pra contar,

Quanto unicamente em teus olhos li…

Que a ausência é prenúncio de desejar!


Joaquim Maria Castanho

Portalegre, 18 de setembro de 2022

domingo, setembro 11, 2022

Uma Odisseia no Espaço "Assim Falou Zarathustra" - OFUC / Maestro Davi O...

A GRANDE incógnita

 


A GRANDE INCÓGNITA


Chamo-me Futuro, e não sou pra graças.

Nada sei do amanhã à exceção daquilo

Que é tão irrevogável como os braços de Milo

Na frugalidade do Agora e suas trapaças.

Podem não me ver sem lentes especiais

Esquecer-me entre as bagagens usuais

De quem pernoita nos desvãos e nas praças.


Nos arquivos, concertos e festivais

Ou nas partilhas por heranças e traças

Com que a inveja congemina planos, ameaças

Para se vingar dos que pensa serem mais.


Mais isto e aquilo, aqueloutro e coisa e tal

Sabe-se lá! – Ou sinal intermitente

Tipo digital VIVO / MORTO, Virtual

Versus Real, em que existe tanta gente.



Chamo-me Futuro, e estou de partida

Para onde o passado não me encontre,

Perdendo de mim o rasto, sentido e norte,

Ainda que mui deseje repetir a vida!


Joaquim Maria Castanho

Com foto de Mia Teixeira

Portalegre, 11 de setembro de 2022

sexta-feira, setembro 09, 2022

Ana Bacalhau - Leve Como Uma Pena

TÍTULO PÓSTUMO


 

TÍTULO PÓSTUMO


Era uma vez um poema sem título

Que fazia parte de um romance, vivo

Real, ativo, nada abstrato e cativo

Do enredo, sendo dele outro capítulo

Jovem, mas sensato e ilimitado,

Como a sustentabilidade infinita

A sua pele cor de mel enfeitiçado

Seu olhar de luar de outono-escuro

Que chamo num silêncio qu’apenas grita

Sentido amor que vai para lá dos sentidos.


Se me aproximo, seu sorriso é puro.

Se o nomeio, conta cantando Mil… Dois… Cem… Três…

E salta da História o tempo, o muro

Dos nomes, para ser Rainha… – Sim…: outra vez!


Joaquim Maria Castanho

Portalegre, 09 de setembro de 2022



terça-feira, setembro 06, 2022

Falas De Bem-Querer

SOBRE A IMORTALIDADE DO SONHO

 

SOBRE A IMORTALIDADE DO SONHO


Na orla do movimento

Todo o caos desacontece:

Fenece plo sentimento

Que só teu rosto merece.


E esse sinal que sei de cor

Bem a jeitinho de beijar

Quase tão botão de flor;

Quase seio de nobre amor

Qu’até põe o sonho a sonhar.


Porque ao ver-te eu o digo

Posto fora de perigo

Já longe de qualquer mal:

S’até o sonho sonho contigo

Que não se passará comigo

Que sou simplesmente mortal!


Joaquim Maria Castanho

Portalegre, 06 de setembro de 2022

quinta-feira, setembro 01, 2022