A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras

A aventura das palavras... das palavras... as palavras... as palavras
São o chão em chamas onde as lavras

sábado, setembro 29, 2012


PELOS SONS DO CAMINHO



Soam teus passos no paço da investidura
E como sargaços no oceano da saudade
Têm a liberdade de ser a sua armadura
E descalços irem na água da eternidade...

Buscam-se ante o silêncio de longa dura
Se presencio as vozes sem cor ou idade;
E mais que o sonho são a leda aventura
De abraçar com ternura e autenticidade.




Perdidos mas achados, soam pé-ante-pé
Nesse marchar inclinados pelo balanço
Numa mistura de samba e fado manso,




Que nisso de dançar nada é puro – nem a fé
Cujo xadrez quadrícula todos os credos
Sob as mesmas esperanças, iguais medos!

quarta-feira, setembro 19, 2012


BORIS, O LEITOR



No jeito especial de ler
Está posto o saber usufruído…
Deitado até dá para ver
Quanto anda a fazer
Quem nos traz absorvido.

Sério suporte é a cultura,
Sustentáculo abnegado,
Dos que querem vida segura
Tenha ela curta ou longa dura
Neste mundo tão (a)variado.

Por mim, aceito o que vem,
Meu destino é observar…
Desde que não exista ninguém
Que se lembre de ler também
E apenas para me enxotar!

segunda-feira, setembro 10, 2012


ATÉ «COM LICENÇA» É MARIMBONDO



À-toinha num átimo
Meu benzinho se escafedeu:
Foi pôr num brinquinho ótimo
As pétalas do meu céu…



Até já que não demora
É breve de minha oração,
Mas o minuto sem escora
É monjolo de dó e perdição.



Por isso mal fores vem logo
Não entre em bengo sofrido…
Ouve o que exige este rogo,
Exige que espere o pedido! 

sexta-feira, setembro 07, 2012


PRESSENTIDO SENTIMENTO


Desacordada a tarde se faz noite,
E no escuro quiriri
De luar apagado
Onde só a solidão se acoite
Para melhor pensar em ti,
Osculo o olhar imaginado
Tal e qual o teu que em mim vi…


Esse de diz que não diz
E me atira a adivinhar,
Tomando a rama pela raiz
Do bem-querer que se diz – a calar!