ÀS
BESTAS O QUE É DAS BESTAS
Ó estupores
da nação, senhores do dolce fare niente
E da
mediocridade dos cafés com que ganhais o pão
Na maledicência
e imitação dos gestos desta gente,
Tendes
toda a liberdade para roubar e humilhar, não
Podeis,
porém, é convencer-me ser afinal o indigente
Quem estuda
e se valoriza, quem trabalha na solidão
E dá
os textos do seu pensar àqueles que impunemente
Os vendem,
lucrando, até estatuto de benfeitor cidadão.
Sois a
escória mais apodrecida de qualquer sociedade
E não
é por terdes dinheiro a rodos que melhorareis…
Porque
ninguém, a quem sujais o nome e a dignidade
Enganais,
nem as porcas mentiras que sobre nós dizeis
Alguma
vez hão de ser mais que o espelho da falsidade
E a ignorância
que vos cristaliza o cérebro de corcéis!